A princípio, o discurso meritocrático nos faz pensar que a educação deve ser buscada pela própria pessoa, mas será que deve ser assim? Desde cedo somos levados para a escola com o intuito de ingressar no mundo do trabalho, a justificativa que nos dão é de aprender como conquistar nossos sonhos através dos estudos, mas todos sabemos que não é tão fácil assim.
As escolas ensinam o básico para o aluno e sua capacidade de interpretar ou aprender algo é testado em uma prova no fim do bimestre, fazendo com que os alunos decorem mais e aprendam menos, esquecendo os conteúdos estudados assim que acabam as provas. A qualidade do ensino que é oferecido pelo governo não atende aos anseios dos estudantes e, consequentemente, vários deles deixam a escola.
Temos leis que visam a qualidade e disponibilidade de ensino básico para todos os cidadãos, conforme o artigo 205 - "A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho".
Sabemos que a educação enfrenta grandes desafios desde antes de nossos avós, mas hoje temos a capacidade de mudar isso, o governo tem investido em políticas públicas para melhorar a educação e transformar homens e mulheres, criando possibilidades para que possam sair do ensino médio e ingressar em uma universidade.
Se a população cobrasse seus direitos, os jovens de hoje teriam vontade de ir para as escolas e universidades e dar o seu melhor, pois iriam saber que depois de todo o seu esforço teria valido a pena no final, teriam vagas de emprego para esses jovens. Na Pandemia o aprendizado diminuiu drasticamente, causando um grande impacto no desenvolvimento dos estudantes, pois passavam horas na frente do computador ou celular, sem realmente compreender os conteúdos trabalhados.
As barreiras na educação podem compromenter o futuro dos estudantes, condicionando-os ao desemprego ou à criminalidade. Os problemas enfrentados pelos estudantes podem reduzir suas chance de passar no ENEM, que é disputado por muitas pessoas, em vestibulares e, principalmente, de achar emprego. Por outro lado, uma educação de qualidades permite que o estudante tenha a capacidade de formar reflexões embasadas e críticas.
Sabemos que as dificuldades e as barreiras impostas nos ambientes educacionais não são de agora, mas sim resultantes de um passado, no qual as pessoas pobres e negras não tinham o direito de estudar e mudar suas vidas. Hoje podemos não ter os mesmos problemas dos nossos antepassados, porém temos um Estado que ainda não garante as condições necessárias para que os jovens possam aprender.
Texto de:
Leticia Pereira
(Estudante do 2º ano do Ensino Médio em Primavera do Leste - MT)
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